Jesus e o Apóstolo dos Gêntios.


Quando a porta de Damasco, Saulo de Tarso, afogado em pensamentos tormentosos, sentindo o coração destroçado após a perda de sua amada noiva e cedendo aos impulsos do orgulho e da vaidade, em triste perseguição aos apóstolos do profeta crucificado, percebe uma forte luz que lhe atinge os olhos, fazendo-o tombar de seu cavalo nas areias quentes do deserto.
Em meio a uma atmosfera que não soube definir, misto de alivio e medo, o Doutor da lei, vê
em sua frente, a figura amada e sublime, daquele que havia passado no mundo para trazer a luz.
Jesus, com brandura e amor, lhe interroga:
- Saulo, Saulo, por que me persegues?
Totalmente impressionado pela doce voz e pelo olhar penetrante da figura impar, Saulo pergunta;
- Quem sois vós,Senhor?
E recebendo a resposta de imediato do seu interlocutor desconhecido ouve:
- Eu sou Jesus!.
Após a resposta soar nos seus ouvidos e chegando ao coração amargurado, Saulo pergunta:
- Senhor, Que queres que eu faça?
Nesse momento estava fundado a primeira igreja Cristã no coração do Doutor da lei, que passaria a ser conhecido, mais tarde por Paulo de Tarso, após dedicar-se exclusivamente para a fundação de novas igrejas nos primeiros anos do Cristianismo nascente.

                                                                 * * *

Diante desse belíssimo encontro, que culminou na conversão do então Doutor da lei, em servo de Jesus, pensemos em nossa vida atribulada e complicada.
Passamos, todos, por momentos aos quais tombamos humilhados do nosso cavalo da impaciência, sentimos o calor desértico da melancolia, carregando as pesadas cargas da vaidade e do orgulho, da intolerância e da injustiça.
Deus nosso Pai, certamente não esquece ou abandona nenhuma de suas criaturas. Logo chegará a todos o momento de nos colocarmos diante de Jesus e seu evangelho luminoso.
Chegará o momento de fundarmos de uma só vez e para sempre, a igreja nos nossos corações para que possamos, aos passos de nossos progressos morais, nos colocarmos no altar da nossa consciência. Para encontrar todas as respostas para as nossas perguntas.
Aproveitemos esse novo ano que está iniciando e inspirado no exemplo do Apóstolo dos gentios, façamos a mesma pergunta:
Senhor, que queres que eu faça?
E certamente, com fé, encontraremos em Cristo, novas instruções e conhecimento para seguir nosso caminho em direção ao excelso Criador.

Tipos de pessoas

 Não julgueis, para que não sejais julgados.
 Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, 
e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós. (MATEUS 7:1 a 2)

Comumente ouve-se falar as seguintes frases nos bate-papos informais:

"Não falo com esse tipo de pessoa..."
"Aquele tipo de pessoa..."
"Pessoas desse ou aquele tipo..."
"...deve ser daquele tipo de pessoa"

Reflexionando sobre os vários tipos de pessoas que as frases sugerem, pode-se imaginar qual o critério usado para diferenciar uma pessoa de outra.
Muito provavelmenete os critérios são socio-educacionais, como classe social, nivel de escolaridade, costumes entre outros, visto que o conhecimento profundo de um coração humano se dá com a proximidade fraternal.

Logo, forma-se tribos, segmentando o relacionamento, trazendo uma certa distancia interpessoal, movida pelo orgulho que limita os sentimentos, alimentando com ódio, desavença e desunião a fogueira da vaidade.

Partindo do princípio que todas as pessoas são derivadas da mesma fonte, o Criador excelso, como espíritos imortais, utilizar classificações descriteriosas com o fim de se elevar à um patamar mais digno em relação ao próximo, por egoismo ou ignorancia, pode ser uma armadilha, um engodo.

Jesus orienta em seu sempre atual discurso, que não devemos julgar o semelhante sob pena de que o julgamento seja usado contra nós mesmo, diante dos tribunais divinos.

A pedra lançada em direção ao próximo, pode ferir igualmente aquele que a lançou.

Logo devemos utilizar as ferramentas do amor, da caridade, da união para preparar o solo da fraternidade universal.

Adotemos a prática de classificar toda e qualquer pessoa com apenas um tipo, unico e universal, irmãos filhos do justo e benevolente Pai eterno.

Jesus no Lar



          Para a generalidade dos estudiosos, o Cristo permanece tão-somente situado na História modificando o curso dos acontecimentos políticos do mundo; para a maioria dos teólogos, é simples objeto de estudo, nas letras sagradas, imprimindo novo rumo às interpretações da fé; para os filósofos, é o centro de polêmicas infindáveis, e, para a multidão dos crentes inertes, é o benfeitor providencial nas crises inquietantes da vida comum.
        Todavia, quando o homem percebe a grandeza da Boa Nova, compreende que o Mestre não é apenas
o reformador da civilização, o legislador da crença, o condutor do raciocínio ou o doador de facilidades terrestres, mas também, acima de tudo, o renovador da vida de cada um.
         Atingindo esse ápice do entendimento, a criatura ama o templo que lhe orienta o modo de ser; contudo, não se restringe às reuniões convencionais para as manifestações adorativas e, sim, traz o Amigo Celeste ao santuário familiar, onde Jesus, então, passa a controlar as paixões, a corrigir as maneiras e a inspirar as palavras, habilitando o aprendiz a traduzir-lhe os ensinamentos eternos através de ações vivas, com as quais espera o Senhor estender o divino reinado da paz e do amor sobre a Terra.
Quando o Evangelho penetra o Lar, o coração abre mais facilmente a porta ao Mestre Divino.
Neio Lúcio conhece esta verdade profunda e consagra aos discípulos novos algumas das lições do Senhor no círculo mais íntimo dos apóstolos e seguidores da primeira hora.
         Hoje, que quase vinte séculos são já decorridos sobre as primícias da Boa Nova, o dimicílio de Simão se transformou no mundo inteiro...
         Jesus continua falando aos companheiros de todas as latitudes. Que a sua voz incisiva e doce possa gravar no livro de nossa alma a lição renovadora de que carecemos à frente do porvir, convertendo- nos em semeadores ativos de seu infinito amor, é a felicidade maior a que poderemos aspirar.

Emmanuel
Pedro Leopoldo, 3 de outubro de 1949.


Livro Jesus no Lar
Psicografia de Francisco Cândido Xavier
Pelo Espírito Neio Lúcio.
"Das ovelhas que meu Pai me confiou, nenhuma se perderá"


Pelas estradas poeirentas dos caminhos terrestre, caminhou com suas humildes sandálias, aquele que seria o maior entre os homens.
Sua missão era pastorear as criaturas e indicar o caminho que conduz a felicidade sem mescla.
Esse Homem, nascido de origem humilde, em uma manjedoura improvisada, veio mostrar a direção da paz e do amor, demostrando em Si mesmo o amor do Criador por todas as criaturas.
Figura incomparável, muitas vezes incompreendida, dedicou-se, já adulto a divulgar seu ministerio que alcançaria quase toda a terra.
Manso e dedicado, afirmou que:

"Das ovelhas que meu Pai me confiou, nenhuma se perderá"

Dando a certeza de que todos serão acolhidos, como ovelhas em um só rebanho.
Cedo ou tarde, sua meta será alcançada, reunindo todos em uma só harmonia no rumo para Deus.
Logo, não nos desesperemos nesse mundo em que as armadilhas parecem ser mais fortes que o nosso avanço.
Deixemos o medo do fracasso de lado e rumemos para o caminho que Ele apresentou.
Coloquemos em nossas prioridades a transformação moral que eleva o ser acima das paixões passageiras.
Verifiquemos nosso coração e deixemos apenas o amor ocupar espaço.
Não nos desviemos dos caminhos, buscando atalhos para lugares sem volta.
Apliquemos no nosso pensamento o desejo do bem aos nossos semelhantes.
Oremos com fé diante dos tormentos imprevisíveis que nos espreitam como lobos.
Dediquemo-nos em nos unir para um só pensamento, sem impor idéias que afastam e isolam.
Façamo-nos obdientes a nossa consciência nos labores diários.
Apeguemo-nos todos nos bons motivos para viver e vivenciar o amor.
Priorizemos os métodos de auxílio ao próximo, mesmo que isso nos gere prejuízos.
Desejemos o bem, nas orações que fortalecem o espírito, alimentando-o com as bem-aventuranças eternas.
Não nos façamos ovelhas perdidas nas alcatéias das ilusões materiais desse mundo transitório.

Sejamos como boas ovelhas e sigamos nosso Bom Pastor das almas, Jesus Cristo.


Pastor Divino

Um dos mais famosos salmos, declamado e cantado pelo mundo, por religiosos ou não, cremos deva ser o de número vinte e três, cuja autoria é atribuída a David.
David nasceu pastor e foi ungido rei pelo profeta Samuel, após uma revelação em sonho que, segundo ele, lhe teria sido dada pelo próprio Yaweh, o Espírito protetor da nação israelita.
Jovem, David guardava o rebanho de seu pai. Acostumado, portanto, como ele mesmo narra, a defender-se e às ovelhas das garras de leões e ursos.
Também a contemplar, durante horas, a paisagem que se estendia, entre vales e montanhas, o céu azul. Era um artista. Célebre é seu desempenho com que deliciava o rei hebreu Saul com sua harpa.
Revelou-se igualmente exímio poeta e cantor, considerando que os salmos eram hinos sagrados por meio dos quais o povo de Israel costumava louvar o Altíssimo, implorar a Sua misericórdia, recordar e agradecer as bênçãos recebidas.
Os hebreus denominavam esses cantos de hinos, cantados ao som de um instrumento. E David assim cantou:
O Senhor é o meu pastor. Nada me faltará.
Deitar-me faz em verdes pastos. Guia-me mansamente a águas tranquilas.
Refrigera a minha alma. Guia-me pelas veredas da justiça, por amor do Seu nome.
Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque Tu estás comigo. A Tua vara e o Teu cajado me consolam.
Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda.
Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida. E habitarei na casa do Senhor por longos dias.
David captou muito bem o papel que teria o Espírito Excelso que viria ter conosco, séculos após.
Jesus veio para o seio dos homens, a fim de com eles conviver e lhes ensinar o exercício do amor.
O amor veio para os amados. Chamou de amigos os Apóstolos, exaltando as qualidades do amigo que dá a sua pela vida do seu amigo.
Mas, Seu canto mais doce foi captado pelo Apóstolo João, que assim o traduziu em seu Evangelho: Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a própria vida pelas suas ovelhas.
O mercenário, porém, e o que não é pastor e a quem não pertencem as ovelhas, vê chegar o lobo e foge.
Mas, eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas e minhas ovelhas me conhecem, assim como meu pai me conhece e como eu conheço meu pai.
Dou a minha vida pelas minhas ovelhas. Tenho ainda outras ovelhas que não são deste aprisco. É necessário que as conduza também.
E escutarão a minha voz, e haverá um só aprisco e um só pastor.
*   *   *
Jesus é o Divino Pastor. Todos os que nos encontramos neste planeta, estamos sob Seus cuidados.
Não importa se cremos ou não. Ele é quem por nós vela. Ele derrama por sobre o mundo o Seu amor.
E, embora possamos, em rápida observação, imaginar que o caos e a confusão reinam na Terra, Ele a tudo preside, atento.
Não esqueçamos disso: o Pastor está no leme.

Redação do Momento Espírita, com versos do Salmo 23, do livro bíblicoSalmos e do Evangelho de João, cap. 10, versículos 11 a 16.Em 22.06.2012.
momento.com.br

Negar e seguir

Gravadas como riquezas eternas, as palavras do Mestre foram escritas e distrubuídas para todos os povos trazendo luz através do evangelho, num momento em que as trevas da ignorância escureciam os caminhos humanos. Em meio a Suas palavras, um convite especial foi - e continua sendo - feito pelo Mestre Nazareno: para segui-Lo é necessário negar a nós mesmos e tornar-mos nossa cruz.

A princípio, o sentido de negar a nós mesmos pode trazer um pequeno equívoco aos mais incautos, pois remete à ideia de não darmos a devida importância para a nossa vida, para o nosso corpo, deixando de lado a conservação própria, a higiene, o bem estar e o progresso moral e intelectual, buscando apenas o bem estar do nosso semelhante em detrimento do nosso. Obviamente que esse conceito não pode ser absorvido pelo nosso senso comum e muito menos se equipara aos demais ensinos grandiosos de Jesus. O sentido sublime dos ditos do Mestre traz outra tonalidade: o de negar as mazelas humanas.

Nesse sentido, ressaltamos a negação dos valores pequenos, dos desvios intelectuais, das ciladas que o dinheiro e o poder trazem como consequência de seu uso descuidado; o apego aos bens terrenos que tão pouco durarão e que torna nosso caminhar mais pesado, o qual contribui para que nossa cruz seja imensamente mais pesada; a ilusão dos desvios por caminhos atrativos da sexualidade sem compromisso, a entrega aos vícios das drogas degradantes, os caprichos mesquinhos da vaidade, a insaciável busca por poder; a intolerância diante das escolhas individuais, que podem contribuir para que nos afastemos da voz sublime e carinhosa dos convites de Jesus.

Assim, andar à margem de obstáculos tais como o ócio, a preguiça, o orgulho, a inveja, a avareza, entre tantos outros males que se impregnam na alma descuidada, é uma escolha prudente que se faz no dia-a-dia. Certos de que tais atitudes são rotas com destinos infelizes, é indispensável e prudente a atitude de negarmos essas armadilhas que surgem em nosso caminhar para que possamos seguir o mestre Jesus...

Seguir Jesus nos propósitos de melhoria interna e aperfeiçoamento no mais íntimo da alma.

Seguir Jesus nas provas e expiações que o caminho impõe.

Seguir Jesus nas batalhas diárias, nas quais o mal insiste em se fazer presente.

Seguir Jesus nas horas de alegria e júbilo, quando as escolhas apontam um futuro de merecimentos abundantes.

Seguir Jesus nos momentos em que o bem requer sacrifícios interiores.

Seguir Jesus quando o silêncio é o sábio conselho contra as injúrias.

Seguir Jesus na oração sincera que aproxima do Criador.

Seguir Jesus nos golpes impiedosos da maldade humana.

Seguir Jesus quando a dor flagela o coração, sem perder a certeza de dias melhores.

Seguir Jesus resistindo às dores que ardem nas fibras da alma diante dos açoites da dura convivência de seres difíceis no seio da família .

Seguir Jesus mesmo que as lágrimas brotem em abundância no rosto cansado dos combates interiores.

Seguir Jesus e ser forte e sereno, lembrando que Ele próprio suportou o flagelo e morte na cruz.

Seguir Jesus sempre, pois Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida.
  Uma Figura Incomparável
 
A figura de Jesus não encontra equivalente em nenhuma outra.
Qualquer que seja a personalidade humana que se pretenda estudar, ela apresenta nuanças de luz e sombra.
Em algum aspecto de sua vida, titubeou e cometeu deslizes.
Com Jesus isso não se verifica.
Ele é o Modelo dado por Deus a todos os homens.
Ao surgir no cenário terreno, já havia atingido o ápice de Seu estado evolutivo.
Embora essencialmente humano, não portava nenhuma das mazelas comuns aos homens.
Justamente por isso, causou tanto impacto.
Como Ser perfeito, não Se deixou contaminar por desejos e preconceitos humanos.
Transcendeu a todos os vícios, embora cheio de compaixão pelos pobres viciados.
Sua Celestial Sabedoria confundiu os mais doutos da época.
Sempre pacífico, nem por isso deixou de combater a hipocrisia.
Sem desrespeitar as consciências alheias, tratou de demonstrar em que realmente consistia a essência das Leis Divinas.
Valorizou as mulheres, em uma época em que nenhum direito lhes era reconhecido.
Tratou de leprosos, quando todos fugiam deles.
Amparou e encaminhou prostitutas, as quais eram objeto de intenso desprezo.
Conviveu com pessoas de má vida, sem Se importar com as críticas.
Abriu os braços às crianças, encantado com sua fragilidade e com a pureza que simbolizam.
Gastou tempo com seres ignorantes e rudes, sempre paciente e benfazejo.
Ele viveu no mundo, sem ser do mundo.
Amparou, cuidou e esclareceu a toda a gente, sem jamais ser manchado pela impureza que O rodeava.
Qualquer que seja o ângulo pelo qual se observa, a grandeza de Jesus impressiona.
Não Se deixou tocar pelos preconceitos próprios da época.
Amou sem esperar ser amado.
Ensinou e viveu a compaixão em um período de sentimentos rudes e hábitos cruéis.
Movimentou recursos magnéticos e de cura até hoje desconhecidos.
Lançou a ideia da vida futura, como uma esperança para todos os homens.
Substituiu o conceito de um Deus vingativo e cruel pelo de um Pai amoroso.
Trata-Se de uma figura incomparável, superior a qualquer outra.
E é dEle o convite que ressoa, através dos séculos:
Quem quiser vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e siga-me!
*   *   *
Em algum momento será necessário atender ao amoroso chamado, romper com o passado de equívocos e marchar para a luz.
O seu momento pode ser agora!
Pense nisso.

Redação do Momento Espírita.
Disponível no livro Momento Espírita, v. 8 e no CD Momento Espírita Especial de Natal, v.15,  ed. Fep.
Em 16.12.2010.

Perdoa Pai, eles não sabem o que fazem.

A última palavra de Jesus dita no dia de Seu martírio na cruz deixou admirados todos os que presenciaram tal evento. 

Os soldados romanos, os seus seguidores como também os orgulhosos que o impuseram tal castigo, sem compreender como aquele Homem, depois de ser alvo de tanta humilhação pudesse pedir por eles, ao Pai.

Dono dos mais belos e sublimes exemplos de agir e viver disseminou o bem exemplificando como proceder nas mais diversas situações, provando ser o maior exemplo de amor que Deus nos permite conhecer.

Em seu momento derradeiro, em frente a populares e soldados, demostra mais uma bela lição de amor quando a multidão se encontrava agitada e barulhenta, disparando contra Ele as mais perversas formas de destrato e impiedade.
Ele, sabedor da pequenez humana, roga ao Pai, que lhes perdoem, pois ainda não sabiam o que estavam fazendo.
Pouco imaginavam que Aquele que pregavam na cruz era o Messias predito pelos antigos profetas, o divisor de aguas, um Homem que dividiu os anos em antes e depois de Sua vida.
Não tinham ideia de que seu evangelho, tão incompreendido, seria irradiado por quase toda a terra, iluminando vidas e dulcificando corações.
Ele, como no dia de seu suplício, continua auxiliando os corações arrependidos, castigados pela dor moral, impostas a si mesmos, resultado de atitudes perversas, a perdoar seus ofensores.
O perdão, atitude que brota do coração do individuo que já consegue ver em seu semelhante, a ligação de irmão, é ato sublime e das mais grandiosas bênçãos do céu.

Jesus, ao falar do perdão, nos ensina a olhar para nossos algozes, com a ternura e fraternidade, permitindo assim que nos sejam perdoados nossos excessos, da mesma forma em que os equívocos alheios sejam corrigidos, respeitando a lei de ação e reação.

Não são raros os momentos em que nos permitimos ser maltratados por atos, ou atitudes, que ferem a alma, nos infelicitando e trazendo lágrimas ao rosto.

Deus, criador supremos das leis que regem o universo, conhecendo nossas fraquezas ou tendências inferiores, nos dá a oportunidade de manter uma proximidade com nossos desafetos passados, para que dessa forma, seja empregada a lei do amor, do perdão e por consequência, chegarmos a posições mais sublimes, na escala evolutiva.
Todas as pessoas têm débitos a serem quitados, todas devem aprender a olhar os ofensores com o mesmo olhar que Jesus teve com seus agressores, tendo a certeza de que eles não sabem o que fazem ainda, mas que em seu devido tempo vão ter oportunidade de reparar o mal praticado.

No tempo oportuno, no ritmo da evolução, abrem-se os olhos dos que ainda se permitem vagar pelo caminho do mal, e, em tempo, vão saber o que fazer, arrependendo-se e buscando a reparação.

Jesus dá-nos essa certeza de reparação, através do arrependimento sincero, quando admitimos em nossa consciência cometer equívocos na caminhada terrestre. Quando o Mestre diz para um dos ladrões que o acompanham na triste crucificação, afirmando que naquele mesmo dia, estará com Ele no reino dos Céus, ai está a certeza de que todo mal pode ser reparado. Aquele homem percebeu que havia cometidos erros, mas arrependendo-se foi consolado por Jesus.

Logo, apressemo-nos em corrigir nossas más tendências, nos libertar das correntes da maledicência e rumar, com fé, no caminho da Luz do evangelho do Mestre, instruindo-nos para que possamos saber o que fazer, agindo no bem e rumando para o Criador.

Jesus sabe

Quantas lágrimas você já verteu a sós, sem ninguém para lhe estender um ombro amigo, sem uma palavra de alento, sem nenhum consolo...
Considere, no entanto, que Jesus sabe...
Quando você descobre que seus amigos, nos quais você depositava a mais sincera confiança, lhe traem, e a amargura lhe visita a alma dolorida, no silêncio das horas... Jesus sabe.
Jesus conhece os mais secretos pensamentos e sentimentos de cada uma das ovelhas que o Pai Lhe confiou.
Jesus sabe das noites maldormidas, quando você se debate em busca de soluções para os problemas que lhe preocupam a mente...
Das dores que lhe dilaceram a alma, quando a solidão parece ser sua única companheira fiel, Jesus sabe...
Dos imensos obstáculos que você já superou, sem nenhuma estrela por testemunha, Jesus sabe...
Da sua sede de justiça, Jesus sabe.
Da sua luta para ser cada dia melhor que o dia anterior, Jesus sabe.
Jesus, Esse Irmão Maior, a quem o Pai confiou a Humanidade terrestre, conhece cada um dos Seus tutelados.
Se você sofreu algum tipo de calúnia, de injustiça, alguma punição imerecida, Jesus sabe.
Jesus conhece as suas horas de vigília ao lado do leito de um familiar enfermo...
Sabe da sua dedicação aos filhos, tantas vezes ingratos, ao esposo ou à esposa problemática.
Jesus sabe dos seus autoenfrentamentos para vencer os próprios vícios e as tendências infelizes.
Jesus conhece suas fraquezas, seus medos, suas chagas abertas, suas inseguranças...
Jesus sabe das muitas vezes que você persiste em caminhar, mesmo com os pés sangrando...
Jesus sabe o peso da cruz que você leva sobre os ombros...
Jesus sabe quantas gotas de lágrimas você já derramou por compaixão, sofrendo a dor de outros corações...
Jesus conhece suas muitas renúncias...
Suas amarguras não confessadas...
Jesus sabe das esperanças que você já distribuiu, dos alentos que você ofertou, das horas que dedicou voluntariamente a benefício de alguém...
Jesus conhece suas ações nobres e percebe o desdém daqueles que só notam e ressaltam suas falhas.
Jesus entende seu coração dorido de saudade, dilacerado pela solidão, amargurado pelas dificuldades que, às vezes, parecem intransponíveis...
Jesus sabe que todas as situações pelas quais você passa, são para seu aprendizado e para seu crescimento na direção da grande luz.
O Sublime Pastor conhece cada uma de Suas ovelhas e sabe o que se passa com cada uma delas.
Por isso Ele mesmo assegurou: Nunca estareis a sós.
Jesus é o Divino Amigo que nos segue os passos desde sempre e para sempre.
E nos momentos em que suas forças quiserem abandoná-lo, aconchegue-se junto ao Seu coração amoroso e ouça Sua voz a lhe dizer, com imensa ternura:
Meu filho, trace o seu sulco; recomece no dia seguinte o afanoso labor da véspera.
O trabalho das suas mãos lhe fornece ao corpo o pão terrestre; sua alma, porém, não está esquecida.
E eu, o jardineiro divino, a cultivo no silêncio dos seus pensamentos.
Quando soar a hora do repouso e a trama da vida se lhe escapar das mãos e seus olhos se fecharem para a luz, sentirá que surge em você, e germina, a minha preciosa semente.
Nada fica perdido no reino de nosso Pai e os seus suores e misérias formam o tesouro que o tornará rico nas esferas superiores, onde a luz substitui as trevas...
E onde o mais desnudo dentre vós será talvez o mais resplandecente.

Redação do Momento Espírita, com base no item 6, do cap. VI do livro O
Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, ed. Feb.
Disponível no cd Coletânea 8/9 do Momento Espírita e do livro Momento
Espírita, v. 5, ed. Fep.
Em 05.03.2012.

Parábola do bom samaritano.

" 25. Levantando-se um doutor da lei, experimentou-o, dizendo: Mestre, que farei para herdar a vida eterna? 26. Respondeu-lhe Jesus: Que é o que está escrito na Lei? como lês tu? 27. Respondeu ele: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de toda a tua força e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo. 28. Replicou-lhe Jesus: Respondeste bem; faze isso, e viverás. 29. Ele, porém, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: E quem é o meu próximo? 30. Prosseguindo Jesus, disse: Um homem descia de Jerusalém a Jericó, e caiu nas mãos de salteadores que, depois de o despirem e espancarem, se retiraram, deixando-o meio morto. 31. Por uma coincidência descia por aquele caminho um sacerdote; quando o viu, passou de largo. 32. Do mesmo modo também um levita, chegando ao lugar e vendo-o, passou de largo. 33. Um samaritano, porém, que ia de viagem, aproximou-se do homem e, vendo-o, teve compaixão dele. 34. Chegando-se, atou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho e, pondo-o sobre o seu animal, levou-o para uma hospedaria e tratou-o. 35. No dia seguinte tirou dois denários, deu-os ao hospedeiro e disse: Trata-o e quanto gastares de mais, na volta eu to pagarei. 36. Qual destes três te parece ter sido o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores? 37. Respondeu o doutor da lei: Aquele que usou de misericórdia para com ele. Disse-lhe Jesus: Vai-te, e faze tu o mesmo. " Lucas 10:25-37 

A caridade e a benevolência são chaves para o reino dos céus. Jesus em toda sua jornada terrestre, incansavelmente ensinava que ser bom, humilde e amar ao próximo como a si mesmo deveria ser conduta obrigatória para qualquer filho de Deus.
Nessa parábola Jesus ensina que, independente da posição social, nível de instrução, raça ou credo, devemos sempre ser benevolentes.
As figuras dessa parábola, que são o sacerdote, o levita, o samaritano e o homem necessitado de assistência, nos dão essa clara distinção.
Vejamos:
  •  O sacerdote, mesmo tendo o conhecimento religioso foi indiferente com o homem infeliz.
  •  O levita, aprendiz das leis religiosas, da mesma forma foi embora, deixando o homem perecendo.
  • O Samaritano, que era de uma cidade vista com maus olhos pelo povo daquela época, onde seus habitantes eram vistos como má companhia, foi caridoso e dedicou seu auxílio e benevolência ao homem,
  • Por fim, o homem infeliz, que certamente teria sua fé, sua descendência, suas más inclinações, seus vícios e virtudes, que não cabe investigar, visto que qualquer criatura de Deus é nosso irmão, nosso próximo.
Poderia Jesus ter apontado esse homem, com uma crença especifica ou com atributos singulares, porem não o fez, demonstrando assim que Deus não faz distinção entre os homens, e qualquer um que necessite de amparo, deve ser amparado.

Essa parábola nos faz refletir sobre a questão de qual das figuras nos encaixamos. Será que somos bons samaritanos? será que amparamos nosso próximo, ou deixamos a própria sorte, a exemplo do sacerdote e levita?

Certamente queremos ser amparados quando estivermos em situação difícil, resta-nos saber se seremos caridosos e benevolentes em toda nossa caminhada. Independente da classificação que se faça, ou que se atribua a alguém, sempre seremos iguais perante Deus, ou seja, irmãos filhos do mesmo pai amoroso.

Ao solitário que perambula pela rua, sedento de atenção, doemos a ele nosso amparo para que sua caminhada seja mais leve.

Para o doente do corpo, que sente as dores das doenças que debilita, doemos nosso carinho e consolo.

Quando a morte nos visita e leva entes caros, doemos nosso amor, rezando por aquele que parte e consolemos os que permanecem amenizando o sofrimento.

Para as crianças de rua, que aprendem a serem adultos e ter a malicia destes, antes da hora, doemos nossa compreensão e carinho.

Para os que sofrem a prisão nos vícios, ofereçamos nossa amizade para que se fortaleçam em busca da libertação.

Para os que ignoram o amor de Deus, doemos nossas orações sinceras para que o tempo traga a luz da verdade.

Enfim, demos o que temos em favor dos que necessitam, seja em forma de recursos materiais ou alimento para a alma.

***

Vale lembrar que devemos amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Independente de quem é o nosso próximo.
Rogério
27/01/2012