Que Jesus renasça a cada dia em nossos corações, não apenas no dia natalino como representação tradicional, mas como guia e modelo em nosso caminhar.

Que o Cristo se faça presente em nossas alegrias e aflições como amigo fiel e amoroso.

Que o Cristo permaneça em nossas casas o ano todo, e não apenas no presépio nos dias festivos.

Que a Luz do mundo seja não apenas a maior estrela no céu, mas seja constelação infinita de benção clareando nossa vida.

Que a união e a paz do natal se faça diariamente no convívio fraterno.

Que em todos os dias nos sintamos irmãos em Cristo.

E para os que não conhecem o Aniversariante Divino, que Ele possa nascer em definitivo em suas vidas.

Feliz Natal.

Desígnios Divinos



O ser humano é obra divina criada para progredir e auxiliar o progresso, cada qual tem suas particularidades:
De um lado existem pessoas que manifestam-se orgulhosas, louvando suas qualidades e superioridade diante dos semelhantes da caminhada, seja por seus dons intelectuais ou por suas ostentações materiais.
Do outro, a ideia negativa de fraqueza e lamentação, colocando-se em situação difícil em todos os momentos, num sofrimento anormal, queixando-se das batalhas vividas e do esforço empregado ao longo da existência.
Ambos os lados esquecem de olhar para o alto, onde os desígnios divinos traçam planos na medida exata para cada ser, proporcionando oportunidades de reajuste e progresso, que visam a luz.
Por mais perfeita que seja a vida, lágrimas rolam, limpando a sujeira da alma.
Por mais triste que seja a vida, somam-se inúmeras formas de se alegrar e crescer.

Se és feliz, auxilia na edificação da felicidade alheia.
Se és triste, procura a felicidade no esforço do trabalho e no apoio dos irmãos da caminhada.

Na tristeza ou na alegria, Cristo convive conosco enviando seus prepostos para auxilio e esperança de um dia estar na mais divina paz.

Roteiro de Jesus – 10/09/2013

Agradecer e prosseguir



Antes de reclamar do sol que castiga, agradece ao Criador por fazer brilhar como fonte de luz e calor vital;
Antes de reclamar da chuva que alaga e inunda o caminho, agradece ao Criador pelo líquido que refrigera o corpo e nutre o organismo;
Antes de reclamar dos ruídos indesejáveis e irritantes, agradece ao Criador pela dádiva de ouvir o som sublime da natureza;
Antes de reclamar do frio castigante que se apresenta impiedoso, agradece ao Criador por ser possível se aquecer no lar seguro e aconchegante;
Antes de reclamar dos pais que te proíbem e impedem as aventuras da juventude, agradece ao Criador a concessão de protetores amorosos em zelo constante;
Antes de reclamar das pessoas que te causam revolta e mágoas, agradece ao Criador a oportunidade de praticar a paciência e o perdão;
Antes de reclamar da falta da fortuna e dos luxos do mundo, agradece ao Criador a oportunidade de viver com o necessário ao corpo e espírito;
Antes de reclamar do cônjuge e seus defeitos, agradece ao criador a oportunidade de aprender a lição do respeito e carinho mútuo;
Antes de reclamar do cansaço da vida no mundo, agradece ao Criador a vida concedida para crescimento do espírito;
Antes de reclamar do pouco que se tem, agradece ao Criador o muito que Ele te proporciona e tu pouco aproveita;
Antes de reclamar da solidão, agradece ao Criador por lhe enviar o amigo sempre presente e disposto, para teu auxílio, Jesus Cristo;
A vida em suas inúmeras lições ensina que não é necessário se apegar nos detalhes que te entristecem. Para cada situação desagradável, outras tantas surgem com efeito contrário, convidando-o a se alegrar. Portanto segue e auxilia, vive e se alegra, agradece e prossegue.
roteirodejesus.blogspot.com.br

Luz do Mundo



A vida em suas infinitas oportunidades de crescimento, por vezes, mostra-se ingrata, difícil, quase insuportável.
Os lamentos se fazem ouvir em toda parte, o sofrimento visita constantemente, a dor realiza seu trabalho de purificação, sob as lágrimas de sofrimento.
Os indivíduos viciados nos padecimentos morais se deixam levar pela onda criminosa e escura do mal.
O ser humano se vê cercado da tormenta moral, seguindo rumos incertos.
A ganancia une-se com o egoísmo e a vaidade, agigantando a fraqueza humana.
O mundo parece não ter mais conserto, tudo perdido.
Porem, calma. Nem tudo é caos. Vela por nós a Luz do mundo.
É preciso ter certeza de que:
Na tristeza, Cristo alegra;
Na decepção, Cristo consola;
No momento de perda, Cristo ampara;
Na solidão, Cristo se faz presente;
No medo, Cristo encoraja;
Na fraqueza, Cristo fortalece;
No momento obscuro, Cristo ilumina;
Quando se achar sem rumo, Cristo é a bússola;
Vindo para trazer luz e Se fazer luz, o Messias acompanha de perto, seus tutelados.
Preenchendo o vazio que parece não ter fim, Ele anima os corações flagelados do mundo.
Paciente, Ele, o Divino Amigo, aguarda que toda criatura encontre o caminho que conduz ao seu Reino.
Não desanime.
Permita-se aprender, sentir, entender e viver o Seu evangelho, caminho seguro para atingir esferas mais altas.
É possível fazer o mal e ocultar dos olhos humanos;
É possível arquitetar planos sombrios e aplicá-los encobrindo-os com o falso bem-querer;
É possível transgredir as leis secretamente, louvando a justiça da boca pra fora;
É possível ludibriar o mais desatento com promessas revolucionárias e infundadas;
É possível ser cruel e esconder-se em máscaras de sublime misericórdia;
Mas certamente é humanamente impossível fugir do arrependimento, suportar o peso da consciência, resistir à vergonha de si mesmo negando as leis de Deus perante os próprios atos e manifestar falsa alegria por uma vida inteira.
Em algum momento o individuo cairá em si e suplicará oportunidades de reajuste e crescimento. =)

PRIMEIRAS PREGAÇÕES


Nos primeiros dias do ano 30, antes de suas gloriosas manifestações, avistou-se Jesus com o Batista, no deserto triste da Judéia, não muito longe das areias ardentes da Arábia. Ambos estiveram juntos, por alguns dias, em plena Natureza, no campo ríspido do jejum e da penitência do grande precursor, até que o Mestre Divino, despedindo-se do companheiro, demandou o oásis de Jericó, uma bênção de verdura e água, entre as inclemências da estrada agreste. De Jericó dirigiu-se então a Jerusalém, onde repousou, ao cair da noite.
Sentado como um peregrino, nas adjacências do templo, Jesus foi notado por um grupo de sacerdotes e pensadores ociosos, que se sentiram atraídos pelos seus traços de formosa originalidade e pelo seu olhar lúcido e profundo. Alguns deles se afastaram, sem maior interesse, mas Hanan, que seria, mais tarde, o juiz inclemente de sua causa, aproximou-se do desconhecido e dirigiu-se-lhe com orgulho:
– Galileu, que fazes na cidade?
– Passo por Jerusalém, buscando a fundação do Reino de Deus! – Exclamou o Cristo, com modesta nobreza.
– Reino de Deus? – tornou o sacerdote com acentuada ironia – E que pensas tu venha a ser isso?
– Êsse Reino é à obra divina no coração dos homens! – Esclareceu Jesus, com grande serenidade.
– Obra divina em tuas mãos? – Revidou Hanan, com uma gargalhada de desprezo.
E, continuando as suas observações irônicas, perguntou:
– Com que contas para levar avante essa difícil empresa? Quais são os teus seguidores e companheiros?... Acaso terás conquistado o apoio de algum príncipe desconhecido e ilustre, para auxiliar-te na execução de teus planos?
– Meus companheiros hão de chegar de todos os lugares. – Respondeu o Mestre com humildade.
– Sim – observou Hanan – os ignorantes e os tolos estão em toda parte da Terra. Certamente que êsse representará o material de tua edificarão. Entretanto, propões-te realizar uma obra, divina e já viste alguma estátua perfeita modelada em fragmentos de lama?
– Sacerdote – replicou-lhe Jesus, com energia serena – nenhum mármore existe mais puro e mais formoso do que o do sentimento, e nenhum cinzel é superior ao da boa vontade sincera.
Impressionado com a resposta firme e inteligente, o famoso juiz ainda interrogou:
– Conheces Roma ou Atenas '?
– Conheço o amor e a verdade. – Disse Jesus convictamente.
– Tens ciência dos códigos da Corte Provincial e das leis do Templo? – Inquiriu Hanan, inquieto.
– Sei qual é a vontade de meu Pai que está nos céus. – Respondeu o Mestre, brandamente.
O sacerdote o contemplou irritado e, dirigindo-lhe um sorriso de profundo desprezo, demandou a Torre Antônia, em atitude de orgulhosa superioridade.
No dia seguinte, pela manhã, o mesmo formoso peregrino foi ainda visto a contemplar as maravilhas do santuário, antes alguns minutos de internar-se pelas estradas banhadas de sol, a c aminho de sua Galiléia distante.
 
***
Daí a alguma tempo, depois de haver passado por Nazaré, descasando igualmente em Caná, Jesus se encontrava nas circunvizinhanças da cidadezinha de Cafarnaum, como se procurasse, com viva atenção, algum amigo que estivesse à sua espera.
Em breves instantes, ganhou as margens do Tiberíades e se dirigiu; resolutamente, a um grupo alegre de pescadores, como se, de antemão, os conhecesse a todos.
A manhã era bela, no seu manto diáfano de radiosas neblinas. As águas transparentes vinham beijar os eloendros da praia, como se brincassem ao sopro das virações perfumadas da Natureza.
Os pescadores ecoavam- uma cantiga rude e, dispondo inteligentemente as barcaças móveis, deitavam as redes, em meio ele profunda alegria.
Jesus aproximou-se do grupo e, assim que dois deles desembarcaram em terra, falou-lhes com amizade :
– Simão e André, filhos de Jonas, venho da parte de Deus e vos convido a trabalhar pela instituição de seu reino na Terra!
André lembrou-se de já o ter visto, nas cercanias de Betsaida e do que lhe haviam dito a seu respeito, enquanto que Simão, embora agradàvelmente surpreendido, o contemplava, enleado. Mas, quase a um só tempo, dando expansão aos seus temperamentos acolhedores e sinceros, exclamaram, respeitosamente :
– Sede benvindo!...
Jesus então lhes falou docemente do Evangelho, com o olhar incendido de júbilos divinos.
Estando muitos outros companheiros do lago a observar de longe os três, André, manifestando a sua tocante ingenuidade, exclamou comovido :
– Um rei? Mas em Cafarnaum existem. Tão poucas casas....
Ao que Pedro obtemperou, como se a boa vontade devesse suprir tôdas as deficiências:
O lago é muito grande e há, várias aldeias circundando estas águas. O reino poderá abrangê-las todas!
-Isso dizendo, fixou em Jesus o olhar perquiridor, como se fora uma grande criança meiga, e sincera, desejosa de demonstrar, compreensão e bondade. O Senhor esboçou um sorriso sereno e, como se adiasse com prazer as suas explicações para mais tarde, inquiriu generosamente :
– Quereis ser meus discípulos?
André e Simão se interrogaram a si mesmos,permutando sentimentos de admiração embevecida. Refletia Pedro: que homem seria, aquele? Onde já lhe escutara o timbre carinhoso da voz íntima e familiar? Ambos os pescadores se esforçavam por dilatar o domínio de suas lembranças, de modo a encontrá-la nas recordações mais queridas. Não sabiam, porém, como explicar aquela fonte de confiança e de amor que lhes brotava no âmago do espírito e, sem hesitarem, sem uma sombra de dúvida, responderam simultaneamente :
– Senhor, seguiremos os teus passos.
Jesus os abraçou com imensa ternura e, como os demais companheiros se mostrassem admirados e trocassem entre aí ditérios ridicularizadores, o Mestre acompanhado de ambos e de grande grupo de curiosos, se encaminhou para o centro de Cafarnaum, onde se erguia a Intendência de Antipas. Entrou calmamente na coletoria e, avistando um funcionário culto, conhecido publicano da cidade, perguntou-lhe:
– Que fazes tu, Levi?
O interpelado fixou-o com surpresa ; mas, seduzido pelo suave magnetismo de seu olhar, respondeu sem demora :
– Recolho os impostos do povo, devidos a Herodes.
– Queres vir comigo para recolher os bens do céu? – Perguntou-lhe Jesus, com firmeza e doçura.
Levi, que seria mais tarde o apóstolo Mateus, sem que pudesse definir as santas emoções que lhe dominaram a alma, atendeu comovido:
– Senhor, estou pronto!...
– Então, vamos. – Disse Jesus, abraçando-o.
Em seguida, o numeroso grupo se dirigiu para a casa de Simão Pedro, que oferecera ao Messias acolhida sincera em sua residência humilde, onde o Cristo fez a primeira exposição de sua consoladora doutrina, esclarecendo que a adesão desejada era a do coração sincero e puro, para sempre, às claridades do seu reino. Iniciou-se naquele instante a eterna união dos inseparáveis companheiros.
 
***
Na tarde desse mesmo dia, o mestre fez a primeira pregação da Boa-Nova na praça ampla cercada de verdura e situada naturalmente junto às águas.
No céu, vibravam harmonias vespertinas, como se a tarde possuísse também uma alma sensível. As árvores vizinhas acenavam os ramos verdes ao vento do crepúsculo, como mãos da Natureza que convidassem os homens à celebração daquele primeiro ágape. As aves ariscas pousavam de leve nas alcaparreiras mais próximas, como se também desejassem senti-lo, e na praia extensa se acotovelava a grande multidão de pescadores rústicos, de mulheres aflitas por continuadas flagelações, de crianças sujas e abandonadas, misturados publica-nos pecadores com homens analfabetos e simples que haviam acorrido, ansiosos por ouvi-lo.
Jesus contemplou a multidão e enviou-lhe um sorriso de satisfação. Contrariamente às ironias de Hanan, ele aproveitaria o sentimento como mármore precioso e a boa vontade como cinzel divino. Os ignorantes do mundo, os fracos, os sofredores, os desalentados, os doentes e os pecadores seriam em suas mãos o material de base para a sua construção eterna e sublime. Converteria toda miséria e toda dor num cântico de alegria e, tomado pelas inspirações sagradas de Deus, começou a falar da maravilhosa beleza do seu reino. Magnetizado pelo seu amor, o povo o escutava num grande transporte de ventura. No céu, havia uma vibração de claridade desconhecida.
Ao longe, no firmamento de Cafarnaum, o horizonte se tornara um deslumbramento de luz e, bem no alto, na cúpola dourada e silenciosa, as nuvens delicadas e alvas tornavam a forma suave das flores e dos arcanjos do Paraíso.
 
 
Do livro “Boa Nova”. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.